O vigilante de 43 anos que matou, a tiros, o caminhoneiro Rosivaldo Pereira em uma briga de trânsito na BR-116, será indiciado por homicídio, segundo o delegado da Polícia Civil Gustavo Alves, responsável pela investigação.
Para ele, o inquérito aponta que o homem atirou com a intenção de matar a vítima, que tinha 48 anos.
O caso aconteceu na tarde de quarta-feira (4) no quilômetro 32, em Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba.
"Ele [o vigilante] foi em direção à cabine do veículo para matar o caminhoneiro, com esse objetivo, uma vez que efetuou dois ou três disparos disparos, que causaram a morte dele. Por uma briga de trânsito, acabou tirando a vida de caminhoneiro", diz o delegado Alves.
A Polícia Civil ouviu algumas testemunhas e outras ainda devem prestar depoimento.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o caminhão bateu no carro em que estava o vigilante. O veículo escoltava outro caminhão, carregado de explosivos. Os dois motoristas que se envolveram no acidente discutiram, e o vigilante atirou no caminhoneiro, que morreu no local. Relembre abaixo.
À PRF, ainda no local da discussão, o vigilante disse que atirou porque o caminhoneiro fez gestos bruscos. No interrogatório, segundo a Polícia Civil, o vigilante disse que acreditava ser uma tentativa de assalto.
De acordo com a PRF, nenhuma arma foi encontrada com a vítima.
Advogado de vigilante alega legítima defesa
O advogado do vigilante, James Mafra, destacou que o homem tem curso de escolta armada, tinha autorização para usar arma e agiu em legítima defesa.
Segundo ele, durante a discussão, após o acidente de trânsito, o caminhoneiro ameaçou matar o vigilante.
O advogado afirma quando o caminhoneiro foi em direção ao porta-luvas, o vigilante pediu pra ele parar, e como ele não obedeceu, foi dado o primeiro disparo na porta do veículo.
"Após esse primeiro disparo, o caminhoneiro continuou indo em direção ao porta-luvas, quando 'se' pegou algum objeto, e o outro disparo foi no caminhoneiro, pra cessar a situação", alega.
A defesa do vigilante também disse que vai pedir a liberdade do homem, que foi preso em flagrante.
Empregadora de vigilante se coloca à disposição
Em nota, a empresa de escolta da qual os vigilantes fazem parte disse ter aberto processo administrativo para apurar os fatos. Segundo a companhia, todas as medidas estão sendo tomadas para esclarecer o ocorrido, incluindo o afastamento temporário da equipe envolvida na ocorrência.
A empresa afirmou estar à disposição das autoridades policiais para a apuração dos fatos.
"A empresa reforça que cumpre rigorosamente todas as normas da Polícia Federal para a prestação de serviços de escola armada e que ambos os vigilantes envolvidos na ocorrência estão regularmente registrados e com os cursos de reciclagem atualizados", disse.
O corpo do caminhoneiro Rosivaldo Pereira foi encaminhado à Santa Catarina. Ele será sepultado em Joinville na tarde desta quinta-feira (5).
Acidente que terminou em briga com morte
De acordo com a polícia, o caminhão conduzido por Rosivaldo Pereira, de 48 anos, estava viajando de Joinville a Brasília.
Quando estava no quilômetro 32 da BR-116 ele bateu, mais de uma vez, em um carro que fazia a escolta de outro caminhão, que carregava explosivos.
Os dois veículos que se envolveram no acidente pararam no acostamento e os dois condutores começaram a discutir. Durante a briga, o vigilante que dirigia o carro atirou em Rosivaldo, que morreu na hora.
O outro vigilante que estava no carro se feriu na batida de trânsito, foi socorrido pela concessionária e encaminhado ao hospital.
Fonte: G1
Foto: Bruno Fávaro/ RPC Curitiba