O preconceito etário não está mais restrito a quem tem 40 anos ou mais. Levantamento realizado pela Vagas.com, Colettivo e Talento Sênior mostra que, do total de profissionais que já sofreram algum tipo de discriminação no ambiente de trabalho em função da idade, 24% têm entre 30 e 39 anos.

Já entre os trabalhadores na faixa dos 40 a 49, estão a maior parte dos que passaram pelo mesmo tipo de situação: 56%. Os que têm de 50 a 59 anos são 18% do total, e os com 60 ou mais, 2%.

Entre os comentários preconceituosos mais ouvidos a respeito dos profissionais acima de 30 anos, quase metade (48%) declarou ter escutado que eles têm dificuldade para lidar com tecnologia.

Outros 36% ouviram que os profissionais mais velhos não estão dispostos ou aptos a aprender novas habilidades ou abertos a novas ideias.

Outro comentário foi que eles não são tão produtivos (32%) ou não possuem o mesmo ânimo ou resistência que os trabalhadores mais jovens (31%).

E que os salários dos profissionais mais velhos são muito altos em comparação aos colegas mais jovens que fazem trabalho equivalente (31%).

“Esses dados nos mostram que o etarismo é mais precoce do que se imagina, uma vez que já começa a se manifestar na faixa dos 30 ou 40 anos e não necessariamente a partir dos 50. As empresas precisam pensar com urgência em ações para acabar com esse tipo de preconceito, caso contrário, em breve, teremos um grande problema no mercado de trabalho considerando o envelhecimento populacional”, comenta a especialista em diversidade e inclusão na Vagas.com, Renan Batistela.

A pesquisa Etarismo foi realizada em agosto deste ano por meio da plataforma Vagas.com, contando com a participação de 6,2 mil candidatos que utilizam as soluções do Vagas For Business e Talento Sênior.

“As empresas precisam entender a importância dessa força de trabalho que tem a experiência necessária para atuar em momentos de crise e, principalmente, de retomada do crescimento. Por outro lado, o profissional sênior também precisa entender e conhecer novos formatos de contrato de trabalho que vão proporcionar mais oportunidades de renda e mais qualidade de vida”, diz Cris Sabbag, Chief Diversity Officer e principal Research da Talento Sênior.

Preconceito não poupa nem estagiários

O estudo procurou saber o nível de carreira em que os assediados estavam quando sofreram preconceito pela idade apresentada.

Iniciantes (estagiários, assistentes, auxiliares e nível júnior) somaram 30%. Profissionais de nível pleno, 31%. Os sêniores representaram 17%, enquanto os gerentes e diretores eram 8%. Outros níveis contabilizaram 13%.

O levantamento procurou saber se os colaboradores testemunharam casos de preconceito etário no trabalho. Do total da amostra, 42% disseram ter presenciado alguma situação que pareceu ser de preconceito etário no local de trabalho.

Os que nunca presenciaram nenhum tipo de preconceito etário no trabalho somaram 33%. Já aqueles que ouviram relatos de pessoas próximas chegaram a 25%.

Com informações do g1 Trabalho e Carreira