O mundo do trabalho está passando por profundas transformações. São inovações tecnológicas, mudanças na organização das empresas e alterações nas relações de trabalho. Indústria e comunicação são as áreas mais impactadas.
Essa realidade, apesar dos ganhos de produtividade e elevação dos lucros, não trouxe melhorias na qualidade de vida dos trabalhadores, na distribuição da renda e na redução das desigualdades. O que tem é a continuidade do desemprego e o crescimento da informalidade e da precarização, como o trabalho intermitente ( a legalização do " bico") e a uberização do trabalho, travestida de " empreendedor".
Depois da reforma da Previdência, feita para agradar aos bancos, que obriga a trabalhar mais e receber benefícios menores, o governo Bolsonaro editou a MP 905, que altera ou revoga 86 itens da CLT. Entre os retrocessos, está a carteira verde e amarela, que reduz salários e FGTS para jovens; a liberação do trabalho aos domingos sem pagar horas extras e o fim da regulamentação de várias profissões.
O caminho é seguir resistindo para salvar o que resta de trabalho com direitos e impedir a volta ao século 19, quando os senhores da casa- grande escravizaram e criaram uma mentalidade desumana que o tempo não apagou.
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O Brasil não pode assistir passivamente à destruição do trabalho decente e o retorno às senzalas, assim como não pode tolerar o desmonte do Estado democrático de direito.
É preciso reagir e questionar, como fez a cineasta Petra Costa, diretora do filme Democracia em Vertigem, indicado ao Oscar 2020: " Como lidar com a vertigem de ser lançado a um futuro que parece tão sombrio quanto nosso passado mais obscuro?". Por GaúchaZH