A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica deu um parecer contrário à aquisição da companhia de segurança Transvip pela Prosegur, multinacional espanhola que atualmente é a maior empresa de carros fortes do Brasil.
Segundo a avaliação, publicada na última quinta-feira (14/11), uma integração entre as duas empresas iria gerar maior concentração no segmento de transportes e custódia de valores em São Paulo e no Rio de Janeiro.
“Ainda que não se verifiquem elementos contundentes para uma intervenção antitruste nos mercados geográficos especificamente afetados pela presente operação, diante de características específicas desses mercados geográficos, não se pode ignorar que o movimento de concentração verificado no setor tem se intensificado nos últimos anos, tendo sido a Prosegur uma das protagonistas desse movimento”, afirma o posicionamento.
Uma das principais empresas de transporte de valor, a Prosegur detém entre 20% e 30% de participação no setor em São Paulo e no Rio de janeiro. A Transvip, por outro lado, possui uma fatia menor nos estados, tendo participação entre 0% e 10% em SP e entre 10% e 20% no Rio.
Segundo a Superintendência-Geral do Cade, caso a compra se concretizasse, levaria ao “fortalecimento de uma das três grandes empresas que atuam no transporte e custódia de valores em todo o país [...] diante de todo o exposto, recomenda-se a impugnação da presente operação ao Tribunal”.
Junto com a norte-americana Brink’s e a brasileira Protege, a Prosegur forma o trio que domina cerca de 80% do mercado no Brasil. Embora tenha concedido parecer contrário à aquisição da Transvip, para que a compra seja de fato barrada, o Cade deverá vetá-la por completo.
Prosegur na mira do Cade
A avaliação da última semana não representa a única aproximação entre Cade e Prosegur. Em 11 de outubro, a Superintendência Geral da autarquia abriu duas frentes de investigação sobre aquisições de empresas de transporte de valor pela Prosegur.
As verificações dizem respeito a compra de ativos da Sacel Serviço de Vigilância e da Transexcel Segurança e Transporte de Valores. Nas duas ocasiões, a Prosegur não comunicou o órgão antitruste sobre as aquisições.
A abertura das investigações responde às reclamações da Tecban, que acusa as grandes empresas do setor por ato de concentração. Dentre as reclamantes também estão McDonald’s, Raia-Drogasil, Magazine Luiza, além de entidades como a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) e a Sicredi.

Fonte: https://www.conjur.com.br/