Brasil vive estado iminente de guerra, mergulhado em destruição e terror. Na última segunda, 20, uma quadrilha atacou um carro-forte na Rodovia BR-304, no município de Aracati, interior do Ceará. De acordo com a polícia, cerca de 30 bandidos fortemente armados participaram da ação criminosa. Ainda na segunda-feira, 20, cerca de dez homens assaltaram um carro-forte que fazia o abastecimento da Caixa Econômica Federal (CEF) de Ponte dos Carvalhos, no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife. Houve troca de tiros com vigilantes. Suspeitos chegaram levar o malote de dinheiro, queimaram carro e roubaram outro durante a fuga. Já na terça-feira, 21, outro assalto ocorreu: dessa vez com a transportadora de valores Brink's, na Zona Oeste de Recife. Durante a ação que aterrorizou Recife, estima-se que os criminosos teriam roubado aproximadamente R$ 60 milhões . De acordo com informações, houve uma intensa troca de tiros, pessoas foram baleadas (entre elas vigilantes e PMS) e carros foram incendiados.

Cenário é de caos no Brasil

O crime organizado atua em todos Estados da Federação, com ações estrategicamente perfeitas, com capacidade técnica e operacional, com armamento sofisticado (este com alto poder de destruição), capazes de inibir a segurança pública nacional. E mais: o terror provocado pelo Crime Organizado acarreta prejuízos irreparáveis à sociedade e aos trabalhadores.

Sabemos que a nossa atividade é especial e requer maior atenção: por condições de trabalho dignas e seguras. Afinal, falta de investimento no setor expõe o trabalhador a riscos, O Trabalhador do Transporte de Valores está na ROTA DA MORTE, com armamento desqualificado e “carros-fortes de papel” que desmancham com facilidade e não resistem aos ataques do Crime organizado. A sociedade clama por socorro em busca de melhoria na segurança e condições dignas de trabalho para trabalhadores de transporte de valores.

Projetos em Tramitação

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Audiência Pública realizada na Câmara dos Deputados em Brasília, que tratou sobre combate ao crime organizado

Não é de hoje que a Direção do Sinttrav tem denunciado o Descaso com que as Empresas de Transporte de Valores vêm tratando a questão da segurança de seus trabalhadores e, sobretudo, cobrado melhores condições de trabalho para os vigilantes, responsáveis pelo transporte de valores. No fim do ano passado, Sindicato esteve reunido com a CONTRASP e participou de uma Audiência Pública na Câmara dos Deputados para tratar, além de outros assuntos, sobre questões referentes ao porte de arma para vigilante e melhorias para o segmento de transporte de valores, especialmente acerca dos projetos que estão em tramitação no Congresso Nacional, entre eles aprovação no Plenário da Câmara dos Deputados do Estatuto da Segurança Privada (PL 4238/12. de autoria do Senado), que regulamenta a atuação das empresas de segurança privada e de transporte de valores e disciplina detalhes da segurança em bancos e o PLS 16/2017, que amplia o poder de fogo dos vigilantes. Segundo esta última proposta, os vigilantes que prestam serviço para instituições financeiras poderão portar pistolas de calibre 40 polegada e, quando atuarem no transporte de valores, fuzis de 5,56 milímetros. A condição para o uso dos armamentos é o treinamento específico de manuseio.

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Presidente do Sinttrav-MG participa de reunião com a Contrasp em 25 de novembro de 2016.

Estatísticas!

A Associação Brasileira de Transporte de Valores estima que apenas nos últimos meses de 2016 foram roubados cerca de R$150 milhões de reais em assaltos às suas bases operacionais. Importante frisar também o fator mais preocupante: as inúmeras vidas humanas tiradas por criminosos. Apenas no ano de 2015, segundo informações da Confederação Nacional dos Trabalhadores de Segurança Pública (CONTRASP) foram 1.252.489 explosões e arrombamentos. Além disso, foram 794 assaltos/tentativas a caixas eletrônicos. Também foram registrados 71 ataques a carros-fortes em todo pais.

Para o Sinttrav, tal realidade clama por medidas urgentes e políticas preventivas com mudança na Legislação