Se antes a ideia de sucesso profissional estava ligada a alcançar altos cargos nos negócios, hoje em dia essa realidade não é mais a mesma para parte significativa dos trabalhadores. Segundo estudo da agência de recrutamento Randstad, 39% das pessoas não aceitariam uma promoção profissional.

A mudança de perspectiva do que é o trabalho e o custo-benefício das altas cadeiras nas empresas são alguns desmotivadores que pesam na balança ao se decidir por promoções, pontua o levantamento.

A pesquisa, feita com 27 mil pessoas, também mostra que 34% dos entrevistados não querem nunca subir para outros cargos, ao entenderem que são posições desgastantes.

Patricia Agopian, especialista em carreira, diz que, apesar de posições corporativas mais altas serem vistas como sinônimo de sucesso profissional, algumas pessoas acreditam que aceitar essas funções significa abdicar da qualidade de vida ou até mesmo da saúde mental.

Já Lina Nakata, estudiosa da Pesquisa FIA — Lugares Incríveis para Trabalhar, aponta outra razão: o custo-benefício entre o novo salário e as exigências da função.

“Quanto mais alta a posição, menos ‘compensa’ o valor, relativamente, dada a complexidade envolvida no trabalho”, explica. “Isso gera muito desgaste, que muita gente não quer, pois, compromete a qualidade de vida e a saúde mental”.

A preocupação em atuar profissionalmente com propósito e prezando não só a remuneração, como também a saúde mental, tem sido muito pautada pela Geração Z — nascidos entre 1996 e 2010 — mas, segundo as especialistas consultadas pela CNN, quase todos têm buscado mais equilíbrio.

Os entrevistados da pesquisa tinham entre 18 e 67 anos, o que mostra que o novo comportamento não é exclusivo de gerações mais atuais.

Segundo Nakata, outro indicativo desse movimento é que as pessoas se encontram mais felizes nas empresas e evoluindo na sua carreira não exatamente como líderes, como indica a pesquisa Lugares Incríveis para Trabalhar da FIA Business School de 2023.

Para a especialista em carreira, o sentimento é também de insegurança e acomodação, relatando que diversos dos seus alunos “já vem com uma crença pré-estabelecida de que aquele é o limite dela e uma aceitação muitas vezes pelo mediano”.

Além disso, subir de cargo ficou mais difícil, diz a especialista.

“Nos últimos anos, as empresas passaram por vários processos de horizontalização, tornando as empresas bem mais enxutas quantos aos níveis e bem mais achatadas no organograma”.

Fonte: CNNbrasil