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A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) decretará o fim da obrigatoriedade do uso de máscara em locais abertos na cidade. O comitê de enfrentamento à pandemia formalizou a orientação à prefeitura em reunião na manhã desta quinta-feira (3).
O infectologista Unaí Tupinambás, membro do comitê, reforça que a medida vale somente para locais abertos, como as vias públicas da capital. "No Mineirão, por exemplo, o uso de máscara ainda é obrigatório, mesmo que a gente veja que torcedores não a utilizam. Nos ônibus, também continua obrigatório", pontua. A reportagem questionou a prefeitura se o decreto com a mudança será publicado ainda hoje e aguarda retorno. Por enquanto, a utilização de máscara é obrigatória mesmo nos espaços abertos.
A discussão do comitê sobre o tema já havia sido adiantada nessa quarta-feira (2) por O TEMPO e segue na esteira de outras cidades brasileiras. No Distrito Federal, as máscaras não serão mais obrigatórios em locais abertos a partir de segunda-feira (7) e o Rio de Janeiro também decidirá sobre o tema na próxima semana. O Estado de Santa Catarina foi além e já não obriga que crianças de 6 a 12 anos utilizem o item de segurança em sala de aula.
Em BH, não se cogita, por ora, flexibilizar o uso de máscara em ambientes fechados, que são mais propícios à transmissão da Covid-19 e de outras infecções respiratórias. "A flexibilização da obrigatoriedade do uso de máscaras em ambiente aberto sem aglomerações é possível. Porém, em ambiente fechado, ainda é muito precoce. A ocupação de leitos está baixa, mas a incidência, a mortalidade e letalidade da doença ainda estão muito altas. Portanto, estamos ainda num momento que temos que ser cautelosos com as medidas de flexibilização", enfatiza o infectologista Carlos Starling, também membro do comitê que assessora a PBH.
Fim de máscara em local aberto exige reforçar cuidado em espaços fechados
A etapa atual da pandemia é um momento propício para retirar a obrigatoriedade do uso de máscara em locais abertos, avalia o pós-doutorando na Faculdade de Medicina de Vermont (EUA) e membro do Observatório Covid-19 BR, Vitor Mori. Ele cobra, porém, que o poder público melhore a comunicação sobre os riscos dos locais fechados.
“O risco nos locais abertos não é zero, mas é bem menor. Os espaços ao ar livre são mais seguros, mas o ideal é que a flexibilização viesse acompanhada por mais exigência em locais fechados, até para as pessoas procurarem mais espaços abertos. Sem isso, o poder público perde uma boa chance de comunicação”, pontua.
Em locais fechados, ele recomenda a utilização de máscaras do tipo PFF2, ou N95, o tipo mais seguro contra a Covid-19. E, para qualquer tipo de máscara, inclusive as de pano, é essencial verificar se ela está bem ajustada ao rosto, sem deixar o ar escapar pelas bordas.
Os locais abertos ainda exigem cuidados, lembra Mori, especialmente nas interações face a face. “O mais preocupante é quando há interação face a face por tempo prolongado. Nesse contexto, ainda é ideal utilizar pelo menos uma máscara de pano ou cirúrgica. Mas há outros cuidados além da máscara também, como aumentar o distanciamento da pessoa”, conclui o pesquisador. Esta matéria está em atualização.
Fonte: Jornal OTempo