A pandemia do coronavírus gerou a maior crise sanitária do século. Tirou milhões de vidas e promoveu a revisão de crenças e valores do ser humano. Um dos resultados desses últimos anos turbulentos foi a mudança no perfil das famílias. A saúde foi apontada como a terceira prioridade do brasileiro, atrás de casa própria e educação, de acordo com pesquisa divulgada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
O interesse pelo acesso à saúde suplementar fez aumentar consideravelmente o número de beneficiários de planos de saúde. Em 2021, o segmento fechou o ano em alta de 3,18% em relação a 2020. De acordo com dados da ANS, o Brasil tem hoje mais de 49 milhões de pessoas vinculadas a algum tipo de convênio médico. Em planos exclusivamente odontológicos, o país conquistou a marca histórica de mais de 30 milhões de beneficiários, crescimento de 8,66% se comparado ao mesmo período do ano anterior.
Mesmo com a situação financeira apertada, muitas pessoas passaram a direcionar recursos para a saúde. O convênio médico se tornou uma das principais necessidades do brasileiro. Muitos passaram a buscar a estabilidade, o conforto e a comodidade de ter com quem contar ou a quem recorrer em um momento de urgência ou emergência ou, até mesmo, para um acompanhamento necessário em casos de doença crônica.
Uma inovação que conquistou o brasileiro foi a telemedicina, modalidade que chegou para ficar e tem como principal característica a facilidade do acesso – uma das premissas da atenção primária, assim como a coordenação, o cuidado e a integralidade.
De uns anos para cá, com os avanços tecnológicos, estudos e pesquisas, é cada vez mais evidente, para todos nós da comunidade médica, que a prevenção é a estratégia mais efetiva para controle de doenças. Há 30 anos, como não havia tantos recursos, a medicina era mais curativa.
A medicina preventiva é aquela cujo objetivo principal é evitar o surgimento de doenças por meio de cuidados antecipados, priorizando a saúde de forma integral para as pessoas.
Nesse contexto, os planos de saúde passaram a investir em equipes de atenção primária com o intuito de garantir a qualidade na assistência e cuidado no tempo certo, como, por exemplo, o programa Usifamília, da operadora Usisaúde. Nos últimos anos, o médico de família passou a ter grande importância para a assistência integral do indivíduo.
O médico de família conta com um saber em clínica e em pessoas. Costumo dizer que esse profissional vai além do olhar para as doenças, pois ele cuida de gente na sua totalidade e individualidade. É esse médico que vai acompanhar o paciente ao longo da vida, estabelecendo um profundo conhecimento da saúde dele, o que resulta em uma melhor relação de confiança entre médico e paciente.
Entender o paciente em todo o contexto em que ele vive é essencial para compreender a doença. Tudo está conectado. É por isso que o médico que acompanha o paciente há muitos anos tem grandes chances de sucesso na prevenção de doenças e de fazer um diagnóstico mais assertivo. Quando o médico de família vê necessidade, ele direciona o paciente para outros especialistas, mas mantendo sempre a coordenação do cuidado.
(*) Nicolas Drummond Carvalho é médico de família da Usisaúde
Fonte: Jornal OTEMPO