Ontem, quarta-feira, 3, na sede do Sinttrav, a Direção do Sindicato juntamente com a Comissão de Negociação estiveram reunidos com a Patronal para segunda rodada de negociação coletiva.Após mais de três horas de negociação, a Patronal já mostrou para que veio: o mesmo lenga-lenga de sempre, com a desculpa da crise para não atender aos anseios dos trabalhadores.Ao final da reunião, patrões na maior ‘cara de pau’ deixaram uma proposta de reajuste salarial e benefícios no valor de 8%, o que foi repudiada de imediato pela Comissão de Negociação.

A Patronal deixou claro, na mesa de negociação, a intenção de reajustar abaixo do INPC, além de propor a retirada de DIREITOS conquistados por nós trabalhadores. A patronal admitiu que o FIM DA COMPENSAÇÃO DE HORAS EXTRAS rendeu prejuízo às empresas. O presidente Emanoel Sady rebateu tal entendimento: "o FIM DA COMPENSAÇÃO DE HORAS EXTRAS não acarretou prejuízo às empresas, mas minimizou a injustiça praticada por elas, durante anos, sobre nós trabalhadores - que não recebíamos pelas horas trabalhadas".

A estratégia dos patrões caiu por terra quando a direção do Sinttrav expôs as penúrias de nossa categoria em Minas Gerais e de nossas necessidades. Além de um reajuste com ganho real, é salutar negociar cláusulas de benefícios, como: Plano de Saúde; Ticket de Restaurante; Jornada de Trabalho; Banco de Horas; Melhor Armamento; Ar-Condicionado nos Carros-Fortes; Equiparação do Vigilante de Base com Vigilante de Transporte de Valores; Pagamento de 30% de Insalubridade para Supervisores, Coordenadores, Setor de Monitoramento e Armeiro, Plano de Saúde Diferenciado para os Funcionários de Tesouraria e outras cláusulas que afetam diretamente na segurança e na saúde do trabalhador.

A direção do Sinttrav não admite que a Patronal use a crise como desculpa na mesa de negociação. A realidade do transporte de valores é outra: é cada vez mais comum depararmos com empresas do setor apresentarem balancetes milionários e abertura de filiais, o que demonstra crescimento patrimonial e financeiro das mesmas em detrimento dos trabalhadores.

Sabemos que a nossa atividade é especial e requer maior atenção: por condições de trabalho dignas e remunerações justas. Afinal, são jornadas excessivas e falta de investimento no setor, expondo o trabalhador a riscos, como os assaltos aos caixas eletrônicos e aos carros-fortes, explosões de base e sequestros. Por essa razão, todos nós, trabalhadores de transporte de valores, conscientes que somente com a LUTA venceremos a intransigência patronal, deveremos permanecer em estado de mobilização.

Lembramos que este ano que Minas Gerais está negociando simultaneamente com Sindicatos de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Brasília.

O nosso recado é curto e grosso: se o patrão não negociar, o transporte de valores vai parar em Minas e no Brasil. Estamos aguardando agenda para uma próxima reunião. Tão logo tenhamos a data, divulgaremos por aqui.