Nove pessoas foram presas na manhã desta segunda-feira (25) em Ribeirão Preto (SP), Pradópolis (SP), Campinas (SP) e Hortolândia (SP) por suspeita de envolvimento no ataque à empresa de transporte de valores Brink’s, em outubro do ano passado, em Ribeirão.
Batizada de "Piratas do Caribe", a operação da Polícia Civil também cumpriu 10 mandados de busca e apreensão. Aparelhos eletrônicos supostamente roubados e furtados, dinheiro, cartões bancários, celulares, relógios e roupas de grife, além de ferramentas usadas nas ações foram apreendidos.
Três pessoas foram presas e um menor apreendido em Ribeirão - este último prestou depoimento e foi liberado. Outros dois foram presos em Pradópolis e Hortolândia, e mais três em Campinas. Um dos alvos está foragido e uma mulher já estava presa por outro crime.
Em Campinas, os mandados de prisão foram cumpridos nos bairros Jardim Itatiaia, Vila Rica, Residencial Swiss Park e Botafogo, onde foram apreendidos R$ 25 mil. Segundo a Polícia Civil, os suspeitos apoiaram a ação criminosa por meio da locação de veículos.
Os presos responderão por tentativa de latrocínio, que é o roubo seguido de morte, organização criminosa, explosão e crimes específicos que tenham praticado individualmente, como tráfico de drogas, posse ilegal de arma de fogo, roubo, furto, entre outros.
"Essas pessoas que foram presas têm muita informação a passar e devem desencadear outras etapas. Embora tenha se passado quatro meses, a polícia continuou trabalhando, investigando", disse o delegado seccional de Ribeirão, Marcus Camargo de Lacerda.
Ao todo, 80 policiais civis foram mobilizados nas diligências, que tiveram início às 6h, simultaneamente em todos os municípios. Os presos foram levados à Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Ribeirão.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, o nome da operação faz alusão à série de filmes em que piratas cruzavam distâncias para promover saques de tesouros valiosos, com emprego de violência e "utilização de grande poderio bélico".
O ataque
O ataque à Brink's aconteceu na madrugada de 29 de outubro no bairro Lagoinha. A quadrilha fez um frentista refém e detonou o muro entre o posto de combustível e a empresa, para invadir o local. A Polícia Militar realizou um cerco e houve tiroteio por duas horas.
Suspeito de participar do ataque, Fábio Donner Silva Martins morreu baleado. Outros três homens foram detidos, sendo um deles ferido. O trio acabou sendo liberado por falta de provas. De acordo com a PM, o dinheiro da empresa de transporte de valores não foi levado.
Dois fuzis, um AK-47, de fabricação russa, e um Colt M4, norte-americano, foram apreendidos no mesmo dia. Munição de fuzil calibre nove milímetro, metralhadora ponto 50, capacete balístico, touca ninja, miguelitos para furar pneus das viaturas também foram encontrados.
Armas de uso restrito das Forças Armadas também foram apreendidas enterradas em Hortolândia. Segundo o diretor do Departamento de Polícia Judiciária São Paulo Interior (Deinter-3), João Osinski Junior, a quadrilha investiu R$ 1 milhão no ataque.
Para Osinski Junior, o grupo passou a agir de forma "desesperada" após a ação frustrada e atacou três bancos em Frutal (MG), dez dias depois. Dois criminosos foram baleados e morreram em troca e tiros com a PM. Um comerciante morreu e uma adolescente ficou ferida.
Ainda de acordo com o diretor do Deinter-3, o grupo também está envolvido na explosão do carro-forte da Protege, ocorrido em 7 de novembro, na Rodovia Abrão Assed (SP-333), em Cajuru (SP). Houve troca de tiros e dois policiais militares ficaram feridos.
Fonte: g1.com