Oito brasileiros foram condenados pela Justiça Federal por envolvimento no mega-assalto à Prosegur, em Ciudad del Este, no Paraguai. Durante o assalto, no dia 24 de abril de 2017, um policial que fazia a segurança da sede da transportadora de valores foi morto pelos ladrões.
A sentença foi proferida no dia 10 de outubro pelo juiz Matheus Gaspar, da 4ª Vara Federal de Foz do Iguaçu, e divulgada nesta segunda-feira (15).
Os réus foram condenados a penas que variam de 24 a 34 anos de reclusão por latrocínio, roubo de veículo, sequestro e cárcere privado, falsidade ideológica e uso de documentos falsos, segundo a sentença.
Seis condenados estão presos em penitenciárias federais do Brasil por supostos envolvimentos em outros assaltos a transportadoras de seguros e a bancos. Outros dois estão foragidos da Penitenciária de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC).
A participação dos oito investigados foi comprovada por meio de exames de DNA feitos com material colhido principalmente em uma casa em Ciudad del Este usada pelo grupo antes do assalto.
As amostras foram analisadas por peritos do Instituto Nacional de Criminalística (INC) em Brasília e identificaram cerca de 30 perfis genéticos.
Durante o processo, foram ouvidas 56 pessoas, entre vítimas, testemunhas e suspeitos.
O assalto
Na madrugada do dia 24 de abril de 2017, cerca de 40 assaltantes participaram do roubo de mais de US$ 11,7 milhões – o equivalente a R$ 40 milhões - da transportadora de valores Prosegur no país vizinho.
As investigações conjuntas entre a Polícia Nacional paraguaia e a Polícia Federal, batizada de Operação Resposta Integrada, indicaram que o maior assalto da história do país vizinho foi praticado por membros de uma facção criminosa brasileira.
Explosivos foram usados para arrombar o cofre da empresa, que fica a cerca de 4 km da Ponte Internacional da Amizade, na fronteira com Foz do Iguaçu. A ação durou mais de três horas.
Na fuga, vários carros blindados usados pela quadrilha foram abandonados.
Ainda segundo a polícia, parte do bando cruzou a fronteira pelo Lago de Itaipu e se dividiu por municípios brasileiros de fronteira, como Itaipulândia e São Miguel do Iguaçu, onde houve confrontos.
Três suspeitos morreram e 15 foram presos também em Cascavel, Foz do Iguaçu e Guaíra. A maioria foi liberada por falta de provas.
Na época, foram apreendidos explosivos e armas de vários calibres, como fuzis, e recuperados R$ 4,5 milhões em cédulas de real, guarani e dólar.