Uma análise feita pela Revista Sociedade Militar no perfil dos agentes de segurança privada no Brasil, com base no anuário da categoria e em informações reveladas por profissionais do setor, revela um contingente bem preparado e que numericamente supera bastante as próprias Forças Armadas do país.
A análise dos dados de 2016 a 2022 sobre o setor permite traçar um panorama detalhado desses trabalhadores, com ênfase em gênero, escolaridade e, principalmente, faixa etária, aspecto importante e que confere ao setor um diferencial importante em termos de maturidade e tomada de decisões
Considerando os agentes de segurança patrimonial e de transporte de valores, o Brasil possuia em 2022 o número consideravel de 597 mil trabalhadores. A predominância masculina no setor é evidente, embora a participação feminina esteja crescendo. Em 2016, havia 521.464 homens e 69.431 mulheres atuando como vigilantes, o percentual de mulheres trabalhando na área era de 11.7%. Em 2022 são 519.397 homens, enquanto o número de mulheres subiu para 77.739, o percentual de mulheres já ultrapassa a casa dos 13%. Apesar da diferença ainda significativa, o aumento no número de mulheres reflete uma inclusão crescente no setor, o que pode indicar mudanças importantes no futuro.
Os ex-militares do efetivo variável, segundo revelações feitas à revista, têm como uma de suas principais opções para o mercado de trabalho civil as empresas ligadas a segurança patrimonial e transporte de valores. No site oficial do Corpo de Fuzileiros navais é possivel encontrar ofertas de emprego na área de segurança privada.
Escolaridade dos profissionais da segurança privada
No quesito escolaridade, a maioria dos profissionais tem ensino médio completo ou incompleto. Em 2022, 349.481 vigilantes tinham ensino médio completo, o que mostra uma predominância dessa faixa de escolaridade no setor. O número de profissionais com ensino superior completo ainda é pequeno, mas vem crescendo, alcançando 15.137 em 2022. Embora esse número seja baixo, é importante destacar o aumento na qualificação dos profissionais de segurança privada, o que pode refletir maiores exigências do mercado e a busca por melhores estudos.
Outro dado interessante se refere ao número de vigilantes com mais de 50 anos, que também tem crescido, totalizando 101.668 profissionais em 2022. Isso sugere que muitos trabalhadores estão permanecendo na profissão por mais tempo, contribuindo com sua experiência acumulada e conhecimento prático. A quantidade de trabalhadores com mais de 40 anos de idade no setor aumentou de 258 mil para 337mil entre 2016 e 2022.
Por outro lado, há um baixo número de jovens abaixo dos 30 e esse número vem decrescendo ao longo dos anos, de 89.577 em 2016 para 72.771 em 2022. Isso pode indicar que a profissão exige cada vez mais experiência e maturidade, atributos que são valorizados no ambiente de trabalho, onde muitos usam armamento e decisões rápidas e bem embasadas são essenciais para a segurança de pessoas e bens.
Um contingente maior que o das Forças Armadas
Com um total de 597.136 vigilantes em 2022, o setor de segurança privada no Brasil já supera em número o efetivo das Forças Armadas, que conta com cerca de 334 mil militares. Esse “exército silencioso” e bem preparado de agentes de segurança privada atua em diversas frentes e pode ser visto todos os dias operando em diversas áreas, protegendo grandes empresas, pequenos negócios e residências, além de auxiliar aumentando a sensação de segurança nas grandes cidades, ao atuar em ambientes onde transitam milhares de pessoas, como shoppings, parques e praças.
Fonte: sociedademilitar