O Sindicato dos Empregados nas Empresas de Transporte de Valores de Minas Gerais - SINTTRAV/MG, esclarece que a manifestações dos trabalhadores da Empresa FIDELYS em Minas Gerais, que entra no seu nono dia, é legítima, por melhores condições de trabalho em decorrência dos atrasos do pagamento décimo terceiro salário, salário do mês e do benefício ticket refeição/alimentação.
O movimento paredista é forte e unificado. A paralisação foi aprovada em assembleia no dia (05/12/2022) pela maioria absoluta da categoria, recurso para solucionar a negociação das irregularidades e descumprimentos das leis trabalhistas sem avanços junto à direção da empresa.
A empresa FIDELYS há tempos vem descumprindo a CLT e Convecção Coletiva de Trabalho acordada com o sindicato, inclusive acordos realizados no Ministério Público e na Superintendência Regional do Trabalho.
A empresa mineira de Transporte de Valores FIDELYS, do grupo FORTEBANCO empresa de Segurança Patrimonial, com sede em Belo Horizonte, filiais nos municípios de Montes Claros, Governador Valadares, Pouso Alegre e Juiz de fora, conta com um quadro de aproximadamente 500 funcionários em MG. Vigilantes de carro-forte, Vigilante de Base, funcionários da Tesouraria e Administrativo.
Tem como principais clientes, TECBAN tecnologia bancária em caixa eletrônico, empresa ligada aos bancos e a FEBRABAN, que atua diretamente em abastecimento em caixas eletrônicos banco 24 horas, Banco Brasil, Bradesco, casas lotéricas, varejo supermercados, posto de gasolina, Sicoob e outros.
A FIDELYS entrou em crise a partir do momento em que a TECBAN, rompeu o contrato com a mesma, em outubro de 2022, alegando irregularidades e infidelidade na custódia de numerários.
A Transportadora de Valores FIDELYS era responsável pelo abastecimento e manutenção de aproximadamente 800 caixas eletrônico em Minas. Após o rompimento do contrato de prestação de serviços pela TECBAN, banco do Brasil e Bradesco, o contrato foi repassado a outras transportadoras de valores.
A TECBAN transferiu as atividades para a Multinacional BRINKS, o Banco do Brasil e Bradesco transferiu para a Transportadora de Valores PROTEGE.
A perca desses três contratos representou uma redução em média de 80% no faturamento e do efetivo da empresa, ficando sem recursos para pagamentos das rescisões contratuais.
Importante destacar que o VIGILANTE DE CARRO-FORTE é exigido além do curso específico de formação de Vigilante Patrimonial, também o curso de extensivo de Transporte de Valores.
O Vigilante de carro-forte tem atividade estressante, trabalham em veículo blindados que pesa mais de 10 mil quilos. Trabalham com armamento desqualificado para o enfrentamento do crime organizado que usam explosivos, fuzil e metralhadora .50 que perfura os carros-fortes.
É grande o índice de adoecimento dos profissionais, estresse, problemas na coluna e articulações. Muitas das vezes o afastamento do trabalho, do social e até o suicídio faz parte da rotina de trabalho.
Várias são as denúncias que o sindicato tem feito junto a Justiça do Trabalho e Ministério Público do Trabalho.
A atividade de transporte de valores é regularizada e fiscalizada pela Polícia Federal através de portarias. Aos Vigilantes se exigem conduta ilibada e sete certidões negativas. Já para as empresas transportadora de valores é necessário alvará de funcionamento expedido pela PF.
Diante de tanto rigor, não se pode admitir que empresas de transporte de valores, venha dar calote em trabalhador e faça parte de atividade criminosa com desvios de numerários ou dinheiro.
Lembrando que já tivemos outras empresas de transporte de valores que fecharam as portas, deixando milhares de trabalhadores sem os direitos trabalhistas, restando da noite para o dia o pesadelo de não receber suas verbas rescisórias. Devido a morosidade da justiça, muitos vieram a falecer, sem receber seus direitos constitucionalmente previsto em lei.
Até o exatamente momento os VIGILANTES DE CARRO-FORTE, TRABALHADORES DA TESOURARIA E ADMINISTRATIVOS não receberam 13º salário e o pagamento do mês que venceu no quanto dia útil do mês. Não estão sendo escalados para o trabalho e a direção da empresa não se manifesta.
O SINTTRAV/MG através do seu Departamento Jurídico tem buscado todas ações para preservar os direitos do trabalhador.
Estamos entrando com ações na Justiça do Trabalho, solicitando rescisão indireta por descumprimento de normas trabalhista, pedido de expedição de alvará para liberação do FGTS e seguro desempregados para todos os trabalhadores.
Por fim, cumpre ressaltar que nossa manifestação é justa, nossas reivindicações são justas. Não aceitaremos propostas que representem perdas de direitos aos trabalhadores. Queremos o que é nosso garantindo por lei. Queremos justiça!
Emanoel Sady
Presidente do SINTTRAV/MG
Belo Horizonte, 15 de dezembro de 2022.