BH - Segundo Ministério Público, eles foram denunciados por crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Empresa teria fraudado cerca de R$ 22 milhões em esquema de abastecimento de caixas eletrônicos.
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) informou nesta sexta-feira (23/02) que denunciou os três donos da Embraforte, transportadora de valores com sede em Belo Horizonte, e outras quatro pessoas pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Carros fortes abandonados acesse o informativo SINTTRAV - CASO EMBRAFORTE

Dezembro de 2017Fevereiro 2018

Diretores do SINTTRAV no local onde os carros fortes foram abandonados. Dezembro/17 e agora em Fevereiro/18

Segundo as investigações, a empresa desviou R$ 22.767.187,09 do Banco do Brasil. De acordo com o MP, a empresa possuía contrato com o Banco do Brasil, para abastecimento de caixas eletrônicos, entre 2012 e 2013. Porém, o banco identificou que os abastecimentos executados eram de valores inferiores ao cadastrado no sistema. Quando a irregularidade foi detectada o contrato foi encerrado.

O dinheiro não foi restituído ao banco. Para ressarcir parte do prejuízo, o MP pediu a decretação da perda de carros de luxo apreendidos no imóvel em que residem alguns dos denunciados em São Paulo, além de imóveis identificados como sendo de propriedade dos denunciados ou de suas empresas.

O Ministério Público disse ainda que identificou 11 empresas usadas para fazer a lavagem do montante, com depósitos de cerca de R$ 19 milhões em dinheiro vivo. Laranjas também foram usados para tentar manter o patrimônio dos acusados livre de possíveis medidas judiciais, de acordo com o MP.

Ainda conforme a denúncia, os acusados organizaram esquema para reintroduzir as quantias subtraídas no sistema financeiro e mantê-las disponíveis para seus gastos pessoais.

Segundo o advogado Estevão Melo, que representa os donos da Embraforte, Marcos André Paes de Vilhena, Pedro Henrique Gonçalves de Vilhena e Marcos Felipe Gonçalves de Vilhena, ainda não foi concedida a vista total de todos os documentos do processo e os acusados não foram citados. Melo disse também que eles só vão se manifestar em juízo.

As defesas dos outros quatro acusados não foram localizadas.

O Banco do Brasil informou que permanece à disposição das autoridades para continuar contribuindo com as investigações.

Prisão

Antes da denúncia do MPF, em setembro de 2015, a Polícia Federal (PF) prendeu em São Paulo um dos donos da Embraforte. Na época, a corporação não divulgou a identidade do detido.

Segundo o advogado Estevão Melo, hoje, nenhum dos três donos está preso.

Restituição

Em dezembro do ano passado, o MPMG apreendeu carros importados de luxo que estavam na casa dos denunciados, na cidade em São Paulo, capital. A promotoria pediu a decretação de perda dos veículos e de imóveis para reparar parte do prejuízo dado.

Denúncias

Esta não é a primeira vez que gestores da Embraforte são alvos da Justiça. Em outubro de 2015, os empresários também foram denunciados por um esquema parecido que teria desviado R$ 8 milhões da Caixa Econômica Federal.