A informação foi divulgada nesta quinta-feira (4), pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Minas Gerais. Em 2023, foram 643 pessoas salvas em situação análoga à escravidão, sendo a maioria dos casos no sul de Minas.
O número representa uma queda de 40% em relação números de 2022, quando 1.071 trabalhadores foram salvos. Mesmo assim, os dados são considerados alarmantes pelo órgão. O setor cafeeiro ainda é o que tem mais casos, seguido pelas plantações de cebola e alho.
Apesar de ressaltar também a intensificação dos trabalhos de fiscalização de um ano para outro, o superintendente do trabalho em Minas Gerais, Carlos Calazans, se entristece com os números. "Em Minas Gerais foram quase dois trabalhadores resgatados por dia, e no Brasil são sete por dia. É um dado muito preocupante", lamenta. Ao traçar um perfil para as vítimas, o superintendente afirma que 90% são negras e vivem em condições de vulnerabilidade.
“É um traço da escravidão, do racismo. Isso tem cor e raça. Pessoas muito humildes, simples, uma boa parte analfabeta, com uma família desestruturada. E a miséria (também leva a isso)”, pontua.
Fonte: O tempo
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