Há três meses, A.L.M, vigilante de carro-forte da Brinks - Belo Horizonte, durante manuseio com a porta do carro-forte sentiu uma fisgada forte abaixo do abdome. Mesmo sentindo muita dor, o vigilante teria continuado com suas atividades até o fim de seu expediente e somente depois teria procurado atendimento médico.O médico explicou ao A.L.M que se tratava de hérnia inguinal e que seu tratamento era cirúrgico.
A.L.M teria procurado a central de controle da Brinks e informado sobre seu quadro clínico. Ainda conforme A.L.M, mesmo dando detalhes de sua situação, sua reclamação não teria sido ouvida pela Brinks. No dia 8/7/2016, A.L.M recebeu comunicado da Direção da Brinks sobre sua dispensa.
Desesperado, A.L.M procurou o Sinttrav na quinta-feira passada,14, para relatar o ocorrido. O Sinttrav imediatamente acionou o jurídico que adotou medidas judiciais cabíveis contra a rescisão do contrato de trabalho de André.
Decisão Justiça do Trabalho
Na sexta-feira, 15/7/2016, saiu a liminar do Juiz do Trabalho, Adriano Marcos Soriano, suspendendo a rescisão do contrato de trabalho de A.L.M (Ação Trabalhista- Rito Ordinário de número 0011083-21.2016.5.03.0009). Além disso, o juiz decidiu por manter os benefícios do A.L.M, especialmente seu plano de saúde e de seus dependentes, enquanto durar seu tratamento de saúde
Por decisão do juiz do Trabalho, a homologação da rescisão de contrato de A.L.M, marcada para hoje, 18.7.2016, foi cancelada.
A situação de A.L.M é similar a de muitos trabalhadores do Transporte de Valores
A situação de saúde do A.L.M foi agravada em decorrência das péssimas condições de trabalho - que eram muito mais acentuadas - anos atrás em nosso segmento. Com o excesso de jornada de trabalho (muito recorrentes em anos anteriores) e carros-fortes impróprios para uso, vigilante laboravam mais de 12 horas diárias dentro de um carro-forte de 1.40 de pé-direito, pesando 10 toneladas. Para se terem uma ideia, a porta de carro-forte tem aproximadamente 250KG e dependendo do local estacionado esse peso pode dobrar.
O carro-forte é um veículo adaptado, cuja ergonomia e conforto foram desprezados pelas montadoras, contribuindo em muito para adoecimento de vigilantes que sofrem de lesões ortopédicas crônicas. O Sinttrav há muito vem lutando por condições de segurança no trabalho e prevenção de acidentes laborais, fiscalizando as CIPAs, denunciando as irregularidades e combatendo as injustiças – como no caso do companheiro A.L.M. O fim da compensação conquistada pelos trabalhadores em 1º de julho de 2016 regula a jornada de trabalho evitando sobrecarga e adoecimento.