A substituição de humanos por robôs controlados pela inteligência artificial (IA) não ameaça somente os empregos de profissionais como os operadores de telemarketing, que têm sido trocados facilmente por chatbots. Até funções que exigem maior qualificação, como a medicina e o direito, também já são exercidas com a ajuda da IA, o que aumenta a produtividade e reduz o tamanho das equipes.
Um exemplo é o aplicativo Starbem, que oferece teleconsultas pelo celular por meio da inteligência artificial. O sistema atende mais de 15 especialidades médicas, incluindo até a psiquiatria, e oferece também serviços de psicologia e nutrição, além de parcerias com Gympass, laboratórios e drogarias, com benefícios que ultrapassam 20% de desconto.
Pelo app, qualquer paciente consegue em apenas 30 segundos ter indicativos de como anda sua saúde. Graças à inteligência artificial que funciona pela câmera do celular, o aplicativo é capaz de medir nível de estresse, pressão arterial, frequência cardíaca e respiratória e outros dados de saúde.
"Esta funcionalidade é utilizada como um suporte ao diagnóstico que será feito pelos profissionais de saúde na teleconsulta e está acessível a qualquer usuário do aplicativo. Com isso, esperamos contribuir, preventivamente, com a promoção da saúde das pessoas, já que o app mede eventuais riscos de doenças, principalmente as cardiovasculares", explica o cardiologista Leandro Rubio, CEO e cofundador da Starbem.
A aplicação da IA na Saúde também ajuda a melhorar o diagnóstico, o tratamento, a pesquisa e o desenvolvimento de medicamentos. A tecnologia ainda apoia os governos que executam funções de saúde pública, incluindo vigilância e resposta a surtos. Mas a Organização Mundial da Saúde (OMS) já divulgou diretrizes para uso da inteligência artificial, reforçando que ela deve colocar a ética e o bem-estar humano como ponto focal.
IA no Direito
O uso da inteligência artificial também já é comum nos escritórios de advocacia do Brasil, principalmente na organização de dados. O aplicativo Legal Labs, por exemplo, pesquisa a jurisprudência (decisões judiciais do passado sobre algum tema) com o auxílio da IA. A plataforma reduz o tempo de busca por informações e aumenta a qualidade das peças processuais.
Outro exemplo é o Digesto, sistema que consulta informações jurídicas de todo o Brasil e cria uma base de dados centralizada. Como a própria empresa define, é o mapeamento do “genoma legal brasileiro”.
O banco Itaú é uma das grandes empresas do país que usam ferramentas de inteligência artificial em sua parte jurídica. A IA é usada para leitura de cerca de 70 mil processos por mês. O sistema consegue identificar se a sentença foi favorável ou não e o motivo para tal decisão. Assim, o Itaú ganha tempo para agir antecipadamente e não perder prazos, reduzindo muito os custos.
Mas já existem plataformas ainda mais complexas, que inclusive ajudam na conciliação de conflitos. “Mais de 60 milhões de desacordos entre comerciantes do Ebay (site de comércio eletrônico) já são resolvidos através de resoluções de disputas online”, revela a Head de Educação no LinkedIn Brasil, Michelle Schneider.
Ou seja, robôs agora também fazem algumas funções de advogados e juízes. Mas claro, sempre auxiliados por humanos, que ainda são indispensáveis nesse processo, apesar de parte dos profissionais estar sendo substituída pela tecnologia.
Fonte: Otempo