O implante contraceptivo hormonal Implanon passa a ter cobertura obrigatória pelos planos de saúde a partir desta segunda-feira (1º) de setembro, para pessoas de 18 a 49 anos de idade.
O Implanon impede a gravidez por três anos. Ele atua liberando etonogestrel, um derivado sintético da progesterona, hormônio feminino essencial para o ciclo menstrual e a gravidez. Recentemente o implante foi incorporado também ao Sistema Único de Saúde (SUS), e a previsão do Ministério da Saúde é que esteja disponível ainda neste ano na rede pública.
Quais os benéficios?
Para a ginecologista Ana Paula Fabrício, a cobertura do Implanon pelos planos é positiva. "Amplia o acesso das mulheres a um método contraceptivo altamente eficaz e de longa duração, que traz comodidade e conforto, especialmente para as mais jovens".
Com o implante não existe o risco de esquecer de tomar o anticoncepcional diariamente, "o que oferece mais segurança em relação a uma gestação, que, quando ocorre na juventude, muitas vezes não é planejada e pode representar riscos para a mãe e o bebê", acrescenta.
A ginecologista ressalta, contudo, que o implante não é indicado para todas e que cada paciente deve passar por avaliação médica individualizada.
O método não deve ser utilizado por mulheres com:
- Histórico atual ou prévio de câncer de mama
- Doença hepática grave (como cirrose descompensada ou tumores hepáticos)
- Sangramento vaginal de causa não esclarecida
- Hipersensibilidade conhecida ao etonogestrel, substância ativa do implante
Como é o procedimento?
A inserção do Implanon é um procedimento simples, realizado em consultório médico com anestesia local. O implante, que consiste em uma pequena haste flexível, é colocado sob a pele da face interna do braço por meio de um aplicador. A remoção também é feita em ambiente ambulatorial, sendo necessária apenas uma pequena incisão para a retirada do dispositivo.
Embora o procedimento seja seguro, podem ocorrer efeitos adversos como hematoma, dor ou inchaço no local da inserção. Em casos mais raros, pode haver infecção local, geralmente associada a erro técnico durante o procedimento.
O Implanon e o DIU são métodos contraceptivos reversíveis de longa duração, oferecidos pelo SUS e com cobertura obrigatória pelos planos de saúde. A principal diferença entre eles está na eficácia: o Implanon apresenta taxa de falha de 0,05%, enquanto a do DIU varia de 0,2% a 0,8%, dependendo do tipo
E se houver recusa?
Em caso de recusa de serviços obrigatórios, o segurado deve procurar a operadora e, se não conseguir resolver o problema, deve acionar a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) por meio dos canais oficiais.
A Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) disse em nota que orienta suas 140 operadoras associadas a seguirem as normas definidas pela ANS.
"A Abramge reafirma seu compromisso com o fortalecimento do sistema de saúde suplementar, de forma a garantir não apenas a continuidade da assistência aos 52,9 milhões de beneficiários de planos de saúde, mas também sua expansão com sustentabilidade e qualidade", afirmou na nota.
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