Uma funcionária terceirizada, que trabalhava no setor de limpeza da Prosegur, morreu em decorrência da exposição ao vazamento de poliuretano, na zona oeste de São Paulo.
O acidente ocorreu na manhã do dia 23 de abril, quando um disparo acidental de SIPE (Sistema de Injeção de Poliuretano Expandido), um sistema que libera um jato de poliuretano (uma espuma que enrijece em poucos segundos), atingiu Maria José da Silva, de 41 anos, que foi socorrida e levada à Santa Casa, mas não resistiu.
Já não é de hoje que o SINTTRAV-MG vem alertando sobre o perigo que os trabalhadores, principalmente da tesouraria, da Multinacional Prosegur, estão expostos com esse produto químico utilizado.
O poliuretano vem sendo utilizado pela Multinacional Prosegur, em suas tesourarias e carros fortes, como um elemento de proteção de numerários, quando há ataques por parte do crime organizado, instalado sem qualquer estudo técnico sério ou mesmo atesto de órgão de controle e fiscalização e sem sequer dispor de equipamentos de proteção, treinamento, seja contra gases, fogo ou garantia de condições de evacuação com porta de emergência.
O poliuretano passa em segundos do estado líquido para o sólido. O que preocupa o Sindicato e os trabalhadores é o fato de haver várias ocorrências de disparo acidental, sem acionamento, nos carros fortes e internamente nas tesourarias (cofres) das bases da Prosegur no Brasil, e até este momento a empresa não se posicionou quanto a segurança e a efetividade do poliuretano. A direção do SINTTRAV-MG adverte para o risco de incêndio. Este produto é altamente inflamável. Há casos em que vidas foram ceifadas pela negligência dos órgãos fiscalizadores e da direção das próprias empresas, como no caso da Boate Kiss e da concentração da categoria de base do Flamengo, onde atletas promissores perderam a vida e o sonho.
No caso da funcionária da Prosegur, questionamos: Isso foi acidente ou crime? A empresa poderia ter evitado? E como ficam os familiares de Maria José da Silva?
As empresas insistem na afirmação de que o produto é inofensivo, mas sem apresentar qualquer laudo técnico que possa assegurar que o produto não traz risco para a saúde e para a integridade física dos trabalhadores. Embora a instalação do produto seja autorizada pela Polícia Federal, a direção do SINTTRAV-MG vai denunciar ao Ministério Público e órgãos competentes, exigindo fiscalização e medidas mais eficazes, a fim de proteger a saúde e a segurança dos trabalhadores, pois nenhum dispositivo de segurança e tecnologia que vierem para preservar os bens patrimoniais, podem estar acima da proteção da saúde, da vida e da segurança dos trabalhadores.
Vamos cobrar responsabilidades e ação para que os vigilantes e funcionários da Multinacional Prosegur não tenham as suas vidas expostas ainda mais pela ganância do patronal, onde a vida para eles é o que menos importa.
Atenção vigilantes e trabalhadores da tesouraria: Denuncie ao Sindicato todo e qualquer disparo do SIPE (poliuretano), para tomada de providências.