Foto: Divulgação/Polícia Civil

Os dois presos suspeitos de envolvimento em ataques a carros-fortes e a uma agência bancária na região de Piracicaba (SP), na segunda-feira (8), além de um terceiro investigado que morreu em confronto com a polícia, já tinham praticado esses tipos de crimes no passado, de acordo com a Polícia Civil.

"Com certeza. Todos esses têm participação, todos eles, o morto, os presos, já têm participações em ataques anteriores a carros-fortes e roubos a bancos", afirmou o delegado Kleber Altale, diretor do Deinter (Departamento de Polícia Judiciária do Interior) 9, nesta terça-feira(09).

Já William Marchi, delegado divisionário da Divisão Especializada em Investigação Criminal (Deic) de Piracicaba informou que há "bastante indícios" de que a mesma quadrilha tenha atuado nos três crimes, em uma agência do Banco do Brasil de São Pedro (SP), na Rodovia Washington Luís (SP-310), em Cordeirópolis (SP), e na Rodovia Luiz de Queiroz (SP-304), em Piracicaba (SP).

Ritchie de Souza Lim

Ritchie, que foi abordado em um pedágio da Rodovia dos Bandeirantes (SP-348), em Hortolândia (SP), com "miguelitos" (materiais deixados durante a fuga para furar pneus de veículos) dentro do carro, é ex-policial militar. Segundo o capitão Rafael, subcomandante interino do 1° Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep), que realizou a ação, o investigado foi expulso da corporação há mais de 15 anos.

"Já teve uma ocorrência em 2019, enfrentamento com equipes do 1° Baep, em Campinas, onde dois marginais resistiram à ação policial, faleceram, foram apreendidos vários fuzis, carros blindados, e ele era um dos presos em 2019. Ele foi preso em flagrante, saiu e está novamente praticando este tipo de delito", informou.

De acordo com o capitão, ele era responsável pelo apoio logístico à quadrilha. "Tanto que todo o material, as armas, coletes, explosivos, estavam na casa dele", explicou.

Na casa dele, em Sumaré (SP), foram encontrados quatro fuzis, coletes, roupas camufladas, explosivos, munições e rádios comunicadores, além de um saco contendo R$ 110.113,00 em dinheiro.

Társio Rodrigo da Silva 

A localização de Társio foi indicada por Ritchie. Ele foi encontrado em Indaiatuba (SP). Segundo a polícia, ele já era procurado da Justiça por roubos a banco e carro-forte e foi apreendida uma motocicleta de origem ilegal com ele.

Segundo o delegado William Marchi, Társio era o explosivista - responsável pelos explosivos utilizados pela quadrilha.

A PM afirma que tanto Társio quanto Ritchie tentaram subornar os policiais para serem liberados durante suas prisões.

Suspeito morto em confronto 

Também na casa do ex-PM, ocorreu uma troca de tiros com um outro suspeito, que não foi identificado até a última atualização desta reportagem. Ele foi atingido e morreu no local. 

De acordo com a Polícia Militar, os suspeitos são moradores da Região Metropolitana de Piracicaba (RMP).

A Polícia Civil afirmou que segue com investigações para chegar a outros integrantes da quadrilha.

Entre ações previstas, estão análises de provas de DNA e exames periciais, provas testemunhais, trocas de informações com a Polícia Militar, Guardas Municipais e muralhas digitais.

"Tudo isso será certamente analisado, também vai ser corroborado com autorização judicial de quebra de sigilos, não apenas telemático como outras quebras de sigilo, fora trabalho de campo dos investigadores, com objetivo de confirmar se trata-se da mesma quadrilha, não apenas dos crimes de ontem, como outros crimes que estão sendo investigados aqui na Deic", acrescentou Marchi

O que se sabe sobre os casos 

  • Por volta das 3h da segunda-feira, quatro homens armados com fuzis bloquearam ruas ao redor da agência bancária em São Pedro e, em uma ação que levou cerca de 30 minutos, explodiram a unidade e fugiram.
  • Durante a ação, eles dispararam armas de fogo contra policiais. Na fuga, abandonaram explosivos e R$ 275. Não houve registro de feridos e não foi divulgada a quantia em dinheiro levada pelo grupo.
  • No fim da tarde da segunda, ao menos 10 criminosos explodiram dois carros-fortes na Rodovia Washington Luís (SP-330), em Cordeirópolis (SP).
  • O grupo usou fuzis na ação; um jovem que estava em um ônibus próximo da ação passou mal e precisou de atendimento médico.
  • Segundo a Polícia Militar (PM), os assaltantes fortemente armados usaram dois carros de luxo que também tinham sido usados no ataque à agência do Banco do Brasil em São Pedro.
  • Já na Rodovia Luiz de Queiroz (SP-304), um carro-forte foi atacado por criminosos no início da noite. Foram realizados disparos de fuzis contra ele, mas a tentativa de roubo foi frustrada e os assaltantes fugiram.
  • Segundo a Polícia Militar, os vigilantes que estavam no blindado estão bem, mas foram encontradas manchas sangue no local. Porém, não há informações sobre quem ficou ferido.
  • Um carro foi abandonado em chamas nas proximidades do crime e a estrada foi parcialmente interditada.
  • Entre a noite de segunda e a madrugada de terça (9), dois suspeitos foram presos e um terceiro morreu em confronto com a PM em Sumaré. Um dos investigados é ex-policial militar.
  • Na casa desse suspeito, policiais encontraram um arsenal com fuzis, explosivos, munições e acessórios como coletes e rádios comunicadores, além de R$ 110 mil em dinheiro.
  • A Polícia Civil confirmou que os três casos estão relacionados e continua as investigações.

Com informações do G1

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