Só em março de 2022, quase 193 mil contratos de trabalho formal foram encerrados em Minas Gerais, recorde pelo menos desde 2020, antes da pandemia. O número de pedidos de demissão também é o maior desse período: aproximadamente 62 mil trabalhadores declararam “eu me demito”.

Isto é, cerca de um a cada três desligamentos foram a pedido do funcionário, segundo levantamento da empresa de estratégias de mercado LCA Consultores, com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia.  O volume é 57,2% maior do que no mesmo período do último ano, enquanto o número de desligamentos em geral aumentou bem menos, 29,3%. Os dados não são comparáveis aos de antes de 2020, já que a metodologia utilizada mudou desde então. 

Para o economista da LCA Consultores, que realizou o levantamento, Bruno Imaizumi, o aumento reflete um movimento global. 

“É um movimento que ocorre no mundo todo. Quem teve o privilégio de trabalhar de casa mudou a relação com o trabalho. Muita gente começou a repensar o estilo de vida profissional e prezar não só pelo salário. ”, diz. Por isso, por um lado, Bruno argumenta que esse movimento se concentra entre trabalhadores com mais facilidade para fazer uma reserva financeira e que trabalham em áreas em que o teletrabalho seja possível.

Outro movimento também ajuda a impulsionar a alta de pedidos de demissão, na visão do economista: “Há, agora, uma normalização do mercado. Muitas pessoas aceitaram empregos com salários menores e, agora, se veem em um cenário mais condizente com suas qualificações. Em Minas Gerais, no Sudeste, estão concentradas atividades relacionadas ao home office e há mais infraestrutura. Em alguns Estados do Norte e do Nordeste, o número de pedidos de demissão não é recorde”, pondera. 

Fonte: OTEMPO

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