“Ele pensou que o Estado fosse mais competente em garantir a segurança de quem colabora. Se decepcionou.” O advogado Pedro Carvalho de Lima firmou, com Tadeu (nome fictício), envolvido no assalto que levou R$ 51,2 milhões da empresa de valores Prosegurem julho do ano passado, seu primeiro acordo de colaboração premiada. E faz críticas à forma como foi executado.
Tadeu foi preso em 15 de julho, dez dias após o assalto. Em sua residência estavam R$ 34,4 mil, que ele alega ter guardado a pedido de uma pessoa que havia participado do assalto.
Pedro diz que, ao assumir o caso, o Ministério Público propôs o acordo de colaboração. Em 12 de agosto, Tadeu contou os detalhes que sabia do assalto.
Entre eles, o fato de que o crime quase deu errado, pois a quadrilha não sabia de uma parede extra que a Prossegur tinha para proteger o cofre.
Ele registrou, também, que foi ameaçado de morte caso contasse algo e que temia por sua vida. Apesar das ressalvas, a delação de Tadeu se tornou pública. Em março, A Cidade a obteve de forma legal, junto ao processo de 1,3 mil páginas que tramitava sem segredo de Justiça. Estavam públicos nome do delator e de seus pais e, até, seu endereço.
A Cidade não divulga a identidade de Tadeu por razões de segurança. Segundo seu advogado, ele foi incluído no Programa de Proteção de Testemunhas do governo estadual.