O custo de vida em Belo Horizonte aumentou 1,24% em março deste ano. O aumento foi impulsionado especialmente pelo transporte e contas básicas, além de despesas pessoais. Por outro lado, os setores de vestuário e de alimentos in natura seguraram altas mais elevadas e apresentaram queda. Para os próximos meses, os rumos da inflação na capital são incertos e podem ser “monstruosos”, especialmente para os mais pobres, caso o reajuste de 53% do preço da passagem de ônibus se concretize, segundo os autores do levantamento.
“A gasolina, item que mais aumentou neste mês, pode ter queda de preço. O preço da alimentação está diminuindo, mas ainda está alto nos últimos 12 meses e mesmo no acumulado deste ano”, introduz o economista a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis (Ipead) da UFMG Eduardo Antunes, responsável pela pesquisa.
“Com a possibilidade de reajuste da tarifa de ônibus, será uma bola de neve. Um reajuste de 53% causa um impacto monstruoso no orçamento das famílias. Se ela subisse e nada mais aumentasse, a inflação de abril seria igual à de março só devido à tarifa. E para a inflação das famílias que ganham de um a cinco salários mínimos, seria ainda pior, por volta de 3,6%. Isso seria praticamente metade da inflação de todo o ano passado em um só mês”, completa. O aumento da tarifa de ônibus segue em disputa, por enquanto, entre a prefeitura e as empresas de transporte coletivo.
O cálculo do custo de vida em BH é realizado mensalmente pela Fundação Ipead da UFMG e avalia 11 grupos de produtos e serviços. A maior alta em março foi a da gasolina, que aumentou 7,72% na capital, segundo o estudo. O grupo de transporte, comunicação, contas de água e energia elétrica e combustíveis teve alta de 2,52%. Outro aumento (2,31%) foi o de despesas pessoais. A inflação acumulada em BH nos últimos 12 meses é de 6,49%
O custo da alimentação em geral diminuiu 0,11%, pois aumentou na categoria de alimentação fora de casa (0,09%), contudo diminuiu -0,25% na alimentação na residência, impulsionado por queda de 1,66% dos alimentos in natura.
Fonte: OTEMPO
Imagem: Freepik