Belo Horizonte é a cidade com o menor número de mortes pela covid -19 no Brasil entre os municípios com mais de um milhão de habitantes, e a segunda capital com a menor mortalidade, atrás apenas de Florianópolis. Mesmo assim, nem BH, nem o estado e nem o país estão livres de uma nova onda, como tem ocorrido na Europa. O alerta é do infectologista Carlos Starling, um dos membros voluntários do Comitê de Combate à covid-19 em BH e um dos principais especialistas do Brasil.

"Nós podemos sim viver o que a Europa está vivendo. Uma segunda, uma terceira, uma quarta onda, porque nós temos ainda muita gente susceptível. Nós temos uma curva de começa a cair, a imunidade coletiva para o vírus vai aumentando progressivamente, mas é possível que nós nos próximos meses tenhamos um retorno da epidemia, certamente não nos níveis que nós tivemos no princípio, mas vamos continuar tendo ondas epidêmicas sucessivas nos próximos meses.»

O infectologista defende ainda que a flexibilização é necessária para a retomada da economia e que as novas ondas devem ser minimizadas pela chegada de vacinas.
Apesar da flexibilização, a liberação de eventos e a volta das aulas presenciais, neste momento, na capital mineira, por exemplo, segundo ele, seria uma imprudência e todas as aglomerações são condenáveis.

"Festas, casamentos, buffet nesse momento é imprudência pensar uma coisa dessa. Jogos de futebol com público nesse momento não dá, nós ainda estamos com uma incidência alta, o vírus ainda circula pesado na sociedade. Quanto as escolas, existem critérios com menos de 20 casos por 100 mil habitantes é um momento que a gente considera de baixo ou muito baixo risco de ocorrência de surtos, entretanto nós estamos em Belo Horizonte com cerca de 80 casos por 100 mil habitantes.

Se nós consideramos os dados da Secretaria Estadual de Saúde nós estamos com mais de 100 casos por 100 mil habitantes, ou seja, 4 ou 5 vezes acima do mínimos de segurança. Ainda não dá para voltar com escolas. Não é só o aluno o risco do estudante, mas é o risco também da família desses estudantes, dos professores, das pessoas que trabalham na escola. O momento epidemiológico ainda é muito ruim para o retorno às aulas." Fonte: Itatiaia