A Prova de Vida do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), obrigatória para aposentados, pensionistas e demais beneficiários, passou por mudanças significativas em 2025. As atualizações incluem flexibilização de prazos, uso de cruzamento de dados para automatizar o processo e ampliação de canais digitais e domiciliares, com o objetivo de evitar fraudes e garantir a continuidade dos pagamentos. O procedimento é exigido em todo o país e deve ser feito até 10 meses após o aniversário do segurado.

A Prova de Vida é uma verificação anual obrigatória que visa confirmar se o beneficiário está vivo e, portanto, ainda tem direito a receber aposentadorias, pensões ou auxílios do INSS.

A exigência tem como principal finalidade prevenir fraudes, como o uso indevido de dados de pessoas falecidas para obtenção indevida de valores. Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), o prejuízo aos cofres públicos por fraudes previdenciárias pode ultrapassar R$ 2 bilhões anuais. 

O procedimento é regulamentado pelo INSS e integra as medidas de segurança e controle da gestão previdenciária federal.

Quem deve fazer a Prova de Vida em 2025?

A obrigação vale para todos os segurados do INSS que recebem benefícios ativos, incluindo:

  • Aposentados;
  • Pensionistas;
  • Beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC);
  • Segurados em auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença);
  • Brasileiros residentes no exterior (com regras específicas).

Prazos e notificações da Prova de Vida

Desde 2023, o prazo da Prova de Vida passou a contar a partir da data de aniversário do segurado. Em 2025, o INSS manteve essa regra, exigindo que o procedimento seja concluído até 10 meses após o mês de nascimento.

Ao se aproximar da data-limite, o beneficiário é notificado por canais como:

  • Aplicativo Meu INSS;
  • Portal gov.br;
  • Mensagens por SMS ou e-mail;
  • Carta enviada ao endereço cadastrado.

Caso não haja comprovação dentro do prazo, o benefício pode ser bloqueado.

Como é feita a Prova de Vida em 2025?

Desde a digitalização dos serviços públicos, o INSS adotou uma abordagem mais automatizada. Atualmente, o processo pode ser realizado de quatro formas principais:

1. Prova de Vida automática por cruzamento de dados

O INSS verifica se o segurado teve movimentações recentes em bases oficiais, como:

  • Registros bancários;
  • Atualizações em órgãos públicos com biometria (como Detran e TSE);
  • Declaração do Imposto de Renda;
  • Vacinação no SUS;
  • Renovação de documentos como passaporte ou CNH.

Se for detectada qualquer dessas ações, a Prova de Vida é validada automaticamente.

2. Prova de Vida digital com biometria facial

Caso não haja cruzamento de dados suficiente, o beneficiário pode realizar o procedimento pelo aplicativo Meu INSS ou no site gov.br, desde que tenha cadastro biométrico no Detran ou Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Etapas:

  • Acessar o aplicativo Meu INSS ou portal gov.br;
  • Selecionar a opção “Prova de Vida”;
  • Permitir acesso à câmera do celular;
  • Realizar o reconhecimento facial.

Essa é a forma mais recomendada para quem tem acesso à internet e familiaridade com tecnologia.

3. Prova de Vida presencial

Se a verificação digital não for possível ou falhar, o segurado pode ser convocado a comparecer:

  • Ao banco onde recebe o benefício;
  • A uma agência do INSS, mediante agendamento prévio.

A convocação só ocorre quando os meios automáticos não identificam a vivência do beneficiário. O deslocamento presencial só é exigido em último caso.

4. Prova de Vida por procuração ou visita domiciliar

Para beneficiários com limitações físicas, como idosos acamados ou pessoas com deficiência severa, há duas alternativas:

Por procuração:

  • O procurador precisa estar cadastrado no INSS;
  • É necessário apresentar procuração válida, documentos do segurado e comprovante médico, quando aplicável.

Visita domiciliar:

  • Deve ser solicitada via telefone 135 ou no portal Meu INSS;
  • Exige apresentação de laudo médico comprovando a necessidade.

Essa opção oferece maior acessibilidade para quem não consegue se locomover até uma unidade física.

Consequências do não cumprimento da Prova de Vida

Se o segurado não realizar a Prova de Vida dentro do prazo, o processo segue três etapas:

  1. Notificação oficial por mensagem, carta ou sistema;
  2. Bloqueio temporário do benefício até a regularização;
  3. Cessação definitiva, caso não haja manifestação dentro do novo prazo estabelecido.

No entanto, o benefício pode ser reativado se a situação for regularizada. Para isso, o titular deve seguir as orientações indicadas no aplicativo Meu INSS ou comparecer a uma agência, quando necessário.

Como consultar o status da Prova de Vida

Para saber se a Prova de Vida foi validada, o segurado pode:

  • Acessar o aplicativo Meu INSS;
  • Entrar no portal meu.inss.gov.br;
  • Ligar para o telefone 135 (segunda a sábado, das 7h às 22h);
  • Consultar diretamente no banco onde o benefício é depositado.

A recomendação do INSS é que a consulta seja feita periodicamente.

Prova de Vida para brasileiros no exterior

Cidadãos que residem fora do Brasil também devem comprovar que estão vivos para continuar recebendo o benefício previdenciário.

As alternativas incluem:

  • Atendimento em consulados ou embaixadas;
  • Apresentação de atestado de vida emitido por autoridade estrangeira, com tradução juramentada e reconhecimento em cartório;
  • Envio por correspondência ou videoconferência, conforme acordos internacionais em vigor.

A legislação previdenciária prevê tratamentos específicos, a depender do país de residência e da existência de convênios bilaterais.

Recomendações para evitar bloqueios

Para evitar problemas e atrasos no recebimento dos benefícios, o INSS recomenda:

  • Anotar a data-limite da Prova de Vida após o aniversário;
  • Manter dados atualizados no CadÚnico e no Meu INSS;
  • Habilitar notificações no celular e no aplicativo;
  • Cadastrar um procurador em caso de dificuldades de locomoção;Utilizar o telefone 135 sempre que houver dúvidas.

Impacto da Prova de Vida e importância para o sistema previdenciário

A verificação periódica evita fraudes e garante que os recursos públicos sejam destinados corretamente. Com cerca de 39 milhões de beneficiários, qualquer falha na comprovação pode gerar bilhões em pagamentos indevidos.

Segundo o Ministério da Previdência, a automatização do processo já permitiu a validação de mais de 25 milhões de provas de vida de forma não presencial desde sua implementação, reduzindo custos operacionais e filas nos bancos.

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