Por 16 votos a 09 e uma abstenção, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal aprovou o parecer favorável ao PLC 38/2017 que dispõe sobre mudanças na CLT, a chamada reforma trabalhista. A matéria, que altera mais de 100 artigos da histórica legislação trabalhista, foi debatida durante todo o dia sem que o governo aceitasse qualquer alteração.

Senadores governistas deram as costas aos trabalhadores. Este 28 de junho de 2017 ficará marcado na história brasileira como um dia em que se travou um imenso embate em torno do destino de milhões de trabalhadores e trabalhadoras do Brasil, na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado Federal, a comissão que deveria - naturalmente - zelar pela Carta Magna. Durante toda esta quarta-feira, os parlamentares de oposição e alguns da própria base governista, lutaram para rejeitar a proposta de assalto às garantias e proteções legais da classe trabalhadora.

No final da tarde, Jucá apresentou uma carta enviada por Temer no intuito de pressionar pela aprovação da proposta. O documento falava em compromisso de vetar trechos da proposta e de editar medidas provisórias que amenizariam a agressão aos direitos trabalhistas. Acintosamente, Temer quer retirar do Senado seu papel de casa revisora de matérias aprovadas pela Câmara dos Deputados e limitar-se apenas a homologar as matérias aprovadas pelos deputados.

Durante a tarde, no Plenário do Senado, o senador alagoano Renan Calheiros, renunciou a liderança do PMDB e mais uma vez denunciou Temer. Calheiros atacou o governo e declarou que não corrobora com a extinção dos direitos trabalhistas. Em seu comunicado na CCJ, Calheiros deixou claro que parlamentares estão sofrendo perseguições para votar no PLC 38 e que sua história lhe assegura afirmar que não é marionetes de nenhum governo.

Veja como votaram os senadores:

• Contra os trabalhadores:

Jader Barbalho (PMDB/PA)

Romero Jucá (PMDB/RR)

Simone Tebet (PMDB/MS)

Valdir Raupp (PMDB/RO)

Marta Suplicy (PMDB/SP)

Paulo Bauer (PSDB/SC)

Antônio Anastasia (PSDB/MG)

Ricardo Ferraço (PSDB/ES)

José Serra (PSDB/SP)

Maria do Carmo (DEM/SE)

Benedito de Lira (PP/AL)

Wilder Morais (PP/GO)

Roberto Rocha (PSB/MA)

Armando Monteiro (PTB/PE)

Eduardo Lopes (PRB/RJ)

Cidinho Santos (PR/MT)

• A favor dos trabalhadores:

Eduardo Braga (PMDB/AM)

Jorge Viana (PT/AC)

José Pimentel (PT/CE)

Fátima Bezerra (PT/RN)

Gleisi Hoffmann (PT/PR)

Paulo Paim (PT/RS)

Ângela Portela (PDT/RR)

Antônio Carlos Valadares (PSB/SE)

Randolfe Rodrigues (REDE/AP)

• Abstenção:

Lasier Martins (PSD/RS)