Dados do Ministério da Previdência Social recentemente publicados indicam que, em 2024, o país registrou o maior número de afastamentos por transtornos mentais em uma década, com 472 mil licenças concedidas, aproximadamente 67% a mais que no ano anterior. Os números lançam luz sobre um tema de extrema relevância: o assédio moral em ambiente de trabalho. conjur.com.br 

IDENTIFICANDO  O ABUSO

O abuso no ambiente de trabalho, uma das manifestações mais perversas da cultura do excesso, pode se apresentar de diversas formas, desde críticas excessivamente duras e sabotagem até assédio moral em grupo. De acordo com o grupo de defesa antibullying End Workplace Abuse, os abusos podem ser divididos em três categorias principais:

ABUSO VERBAL: O abuso verbal é uma das formas mais comuns de maus-tratos no local de trabalho. Isso pode incluir:

Culpar ou induzir culpa: O agressor pode atribuir a culpa ao funcionário por problemas que não são de sua responsabilidade, fazendo com que se sinta culpado e inadequado.

Desconsiderar e minimizar: O abusador pode desvalorizar as realizações, ideias ou preocupações do funcionário, fazendo com que se sinta insignificante e sem importância.

Críticas ou repreensões excessivamente duras: O agressor pode usar um tom condescendente, sarcástico ou até mesmo cruel ao fornecer feedback, deixando o funcionário se sentindo atacado e desmoralizado.

Tirar conclusões precipitadas sobre o que o funcionário pensa: O abusador pode fazer suposições sobre as intenções, motivações ou pensamentos do funcionário sem se envolver em um diálogo aberto, levando a mal-entendidos e conflitos.

Falta de disposição para dialogar: O agressor pode se recusar a ouvir as preocupações, ideias ou feedback do funcionário, criando uma atmosfera de desconfiança e alienação.

SABOTAGEM: A sabotagem é outra forma de abuso no local de trabalho que pode prejudicar seriamente a carreira e o bem-estar de um funcionário. Exemplos incluem:

Bloquear solicitações de treinamento, licença ou promoção: O abusador pode negar oportunidades de desenvolvimento profissional ao funcionário sem justificativa válida.

Exclusão de reuniões, eventos sociais e conversas relevantes: O agressor pode propositalmente deixar o funcionário de fora de eventos importantes, dificultando o desempenho eficaz de suas funções e levando a sentimentos de isolamento.

Microgerenciamento: O abusador pode constantemente supervisionar e controlar cada aspecto do trabalho do funcionário, sufocando sua criatividade, iniciativa e moral.

Avaliações de desempenho vagas e insatisfatórias ou acusações sem embasamento factual: O agressor pode fornecer feedforward impreciso ou fazer alegações infundadas sobre o desempenho do funcionário, deixando-o confuso e incapaz de melhorar.

ASSÉDIO MORAL: O assédio moral é uma forma particularmente grave de abuso que pode ocorrer quando um funcionário relata um comportamento abusivo. Isso pode envolver:

Denuncia um comportamento abusivo no local de trabalho: esperando que seus superiores tomem medidas para resolver a situação, mas, em vez disso, descobre que eles estão mais preocupados em se proteger de possíveis consequências legais do que em garantir o seu bem-estar, isso pode levar a uma intensificação do assédio moral que você está enfrentando.

Falha em remover o agressor ou alterar o ambiente de trabalho: O empregador pode não tomar medidas adequadas para lidar com a situação, deixando a vítima vulnerável a mais abusos e retaliação. 

O papel dos funcionários

Os funcionários também têm um papel crucial nessa luta contra chefes tóxicos e a cultura do excesso no ambiente de trabalho. Além de denunciar comportamentos abusivos e buscar apoio junto a colegas e ao setor de Recursos Humanos, é importante que os trabalhadores se informem sobre seus direitos e não se calem diante de situações de assédio ou desrespeito. A união e a solidariedade entre os funcionários podem ser poderosas armas contra a perpetuação da toxicidade, permitindo que os indivíduos se apoiem mutuamente na busca por um ambiente de trabalho mais saudável e equilibrado.

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Imagem: IA