O Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Transporte de Valores de Minas Gerais (SINTTRAV/MG) juntamente com a Federação Nacional dos Trabalhadores de Transportes de Valores (FINTRAVE), vem por meio desta, informar e denunciar a situação caótica em que vive o seguimento de transporte de valores, que vem sofrendo diariamente com os constantes ataques do crime organizado que, com táticas de guerrilhas e armamentos sofisticados de uso exclusivo das forças armadas como: .50, AK 47, .40 e outros, mediante a utilização de explosivos. Vem trazendo também muita intranquilidade ao nosso segmento, tirando o sono das transportadoras, da população em geral e colocando vigilantes de carros-fortes na mira da .50.
Na sombra da ilegalidade e do descaso das autoridades no País, o crime organizado vem crescendo na medida do sucesso que alcançam em relação aos ataques às transportadoras de valores, carros-fortes, instituições financeiras e caixas eletrônicos.
A Falta de responsabilidade das instituições financeiras “bancos”, que aproveitam da terceirização para exigirem que carros-fortes transportem cada vez mais numerários, expondo a vida dos trabalhadores em detrimento do lucro e de licitações predatórias, onde as transportadoras de valores gananciosas, aceitam propostas indecentes dos bancos com preços cada vez menores e transportando altos valores precarizando assim a segurança ainda mais.
Os milhões subtraídos, são investidos em melhores armamentos, tráfico de entorpecente e nas formações de novos quadros.
O crime compensa a medida que criminosos não ficam presos e são tratados como presos comuns. Entram e saem das cadeias em tempos recordes, pois a lei é branda. Favorece e incentiva a atuação da organização criminosa.
A utilização de explosivos de controle exclusivo do exército e com armamentos sofisticados, nos levam a crer que, está faltando fiscalização e maior rigor quando da aquisição. O transporte e acondicionamento de explosivos que sem controle chegam fáceis as mãos de criminosos, que os utilizam de forma indiscriminada.
Na realidade estamos clamando por socorro. Seguradoras no Brasil já admitem a não proceder seguros dos valores transportados pois o prejuízo é enorme. Forças de segurança pública, Polícia Civil, Militares e outras, já reconhecem não terem forças de atuação quando da ocasião de sinistros envolvendo carros-fortes e bases de valores. Haja visto não possuir logísticas para enfretamento ao crime organizado. Eles atuam apenas após o sinistro, com ocorrências para apuração e investigação futura. E com isso ficam os vigilantes e trabalhadores de frente ao fogo cruzado sem nenhum poder de reação.
Ainda na égide do abandono, diante da escassez total de recursos humanos e estruturais e novamente da ausência da previsão de leis mais eficientes, se exige atuação rápida por parte dos legisladores do congresso nacional, onde leis devem ser mudadas. Devemos repensar ações de forma a inibir atuação criminosa sob pena de em pouco tempo o crime organizado ser a primeira força desse País, tornando a segurança privada e pública totalmente refém do seu comando.

Emanoel Sady

Presidente do Sinttrav/MG