O Bradesco já fechou 20% das agências em Minas Gerais apenas neste ano. Segundo um levantamento do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e Região, o banco tinha 101 agências no Estado, mas decidiu encerrar 21 em 2023, sobrando 80.
Na capital mineira, o Bradesco começou o ano com 64 agências, mas 13 foram fechadas nos últimos meses e agora são 51. No interior, eram 37 e oito tiveram as atividades encerradas em 2023, restando apenas 29.
Nesta semana, a reportagem de O TEMPO flagrou mais uma agência fechada, desta vez na avenida Francisco Sá, no bairro Gutierrez, região Oeste de Belo Horizonte. Em apenas um dia, toda a fachada do banco desapareceu e foram instaladas placas de metal na porta, com orientações para correntistas.
Ramon Peres, presidente do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e Região, critica essa política adotada pelo Bradesco, mas diz que outras instituições bancárias estão com uma estratégia parecida. Segundo ele, os bancos continuam lucrando bastante e não precisariam piorar o atendimento presencial para os correntistas.
“Não tem sentido, todos os bancos estão lucrando. Os três principais (Bradesco, Itaú e Banco do Brasil) vão fechar o ano com quase R$ 100 bilhões de lucro líquido, ou seja, pagaram todas as contas e ainda vai sobrar esse dinheiro no caixa”, justifica.
Apenas no terceiro trimestre deste ano, o Bradesco teve lucro líquido de R$ 4,62 bilhões. “Os bancos estão fazendo esse fechamento de agências para diminuição do seu custo operacional. Eles têm identificado agências em regiões que, na opinião deles, estão em duplicidade e que podem ganhar em grau de eficiência, fechando uma agência e transportando aqueles clientes daquela agência fechada para uma outra que ficou aberta. Nós vemos um problema muito grande nisso porque aquela agência que ficou aberta, perto da que fechou, está tendo o mesmo número de funcionários. Não houve aumento de profissionais para atender essa demanda de clientes que foram para essa agência”, ressalta.
Algumas agências viraram “unidades de negócio”
Enquanto dezenas de agências são fechadas em Minas Gerais, outras dezenas estão se transformando em um outro tipo de estabelecimento, com menos funcionários e mais serviços de auto-atendimento. E essa é uma outra forma dos bancos reduzirem custos.
“Nos bancos privados, está ocorrendo um movimento de fechamento de agências e a transformação delas em unidades de negócio, que são lojas abertas ao público sem portas giratórias, sem segurança, que ficam abertas para o público poder ser atendido. Mas não tem aquele serviço operacional, como pagamento de boletos e saque na boca do caixa. Só tem ali o atendimento comercial, embora essas agências tenham caixas eletrônicos. É para essa situação que todos os bancos privados estão caminhando, com um planejamento de médio prazo para acabar com as agências”, diz o presidente do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e Região.
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Fonte: OTEMPO