Para entendermos este universo dos Bancos Digitais, importante conhecer um pouco da origem da digitalização dos bancos no Brasil.
No Brasil, há pouco mais de 50 anos, testemunhamos o lançamento do primeiro cartão de crédito em 1968 e do primeiro caixa eletrônico em 1983.
Foi nessa época que as instituições financeiras e bancárias brasileiras começaram a se adaptar à era digital. A introdução de caixas eletrônicos nas agências e sistemas internos digitais trouxe uma revolução, economizando horas de trabalho para os funcionários e permitindo que as agências operassem praticamente 24 horas.
Essa primeira onda de digitalizaação transformou a dinâmica dos bancos no país, levando os clientes a entenderem a nova lógica das instituições bancárias.
Outras inovações surgiram, como o boleto bancário nos anos 1990 e a Transferência Eletrônica Disponível (TED) no início dos anos 2000. Esses mecanismos fizeram do sistema bancário brasileiro um dos pioneiros na adoção de tecnologias digitais.
No Brasil, a transformação digital dos sistemas bancários e de investimento também envolve outras ferramentas e tecnologias. Embora já façam parte do cotidiano dos brasileiros, ainda representam um grande avanço no setor, como a automação de processos - o débito automático é um exemplo disso - e, principalmente, a criação de aplicativos móveis. Essa onda impulsionou o surgimento de diversos bancos e instituições financeiras digitais.
Isso tem tudo a ver com o surgimento e popularização das fintechs. Praticamente todas as fintechs se destacaram no formato mobile. Em outras palavras, iniciaram sua entrega de soluções inovadoras para o mercado financeiro e bancário por meio de aplicativos móveis.
Rápido crescimento dos bancos digitais
Os bancos tradicionais testemunharam um rápido crescimento dos bancos digitais, que ofereciam gratuitamente uma variedade de serviços principais. Isso incluía transferências entre contas, DOCs e TEDs, certos tipos de investimentos e rendimentos superiores aos da Poupança, com a mesma liquidez, diretamente na conta corrente.
Essas mudanças transformaram drasticamente o cenário financeiro.
As fintechs também buscaram tornar os serviços financeiros e de investimento mais acessíveis para uma parcela da população interessada em investir, mas que se sentia despreparada. Esse público via os custos dos serviços de investimento dos bancos tradicionais como um obstáculo que os impedia de investir.
A experiência do consumidor é, sem dúvida, o foco principal das fintechs. Para muitas pessoas, lidar com questões bancárias sempre foi complicado, demorado e preferencialmente evitado.
Os bancos digitais concentraram-se exatamente nessa dor, proporcionando uma experiência do usuário transparente e um canal de comunicação direto, solucionando as dificuldades enfrentadas pelas instituições financeiras convencionais.
Isso gerou uma forte fidelidade dos clientes em relação aos bancos digitais. Essas instituições continuaram a oferecer soluções inovadoras, mesmo com milhões de clientes e listas de espera para utilizar seus serviços.
O futuro parece promissor para os bancos digitais. Com a crescente integração de tecnologias como inteligência artificial e blockchain, espera-se que essas instituições ofereçam serviços ainda mais personalizados e seguros. Além disso, sua presença está pressionando os bancos tradicionais a inovar, potencialmente levando a um setor bancário mais dinâmico e orientado ao cliente.
Enfim, os riscos de golpes existem em qualquer cenário e as oportunidades estão presentes na possibilidade de inclusão digital e, por consequência, financeira da população que até então era “desbancarizado”. A onde tecnológica avança e não adianta fugir, melhor mesmo é surfar.
Pensem nisso! Até a próxima.
Ana Alves
@anima.consult
emaildaanaalves@yahoo.com.br Economista, Consultora, Professora e Palestrante