O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) resolveu, por unanimidade, elevar em 0,50 ponto percentual a taxa básica de juros, a Selic, para 13,75% ao ano, em decisão já esperada pelo mercado. Ao contrário do que parte dos analistas previa, contudo, o BC avisou que o processo de aperto monetário ainda não terminou e que poderá fazer um novo ajuste na Selic, de menor intensidade, no próximo encontro, marcado para 20 e 21 de setembro. Com isso, a taxa pode chegar a 14% ao ano a 10 dias do primeiro turno das eleições.
"O Comitê avaliará a necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude, em sua próxima reunião. O Copom enfatiza que seguirá vigilante e que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar a convergência da inflação para as metas", diz o comunicado divulgado após a reunião, no início da noite.
O colegiado, integrado por diretores do BC, chamou a atenção para a incerteza existente na economia e para o risco que o crescimento das despesas públicas, com a ampliação dos benefícios a diversos setores, representa para o combate à inflação. O Copom "pondera que a possibilidade de que medidas fiscais de estímulo à demanda se tornem permanentes acentua os riscos fiscais para o quadro inflacionário", enfatiza a nota do BC.
O órgão deixou claro, ainda, que tem como alvo estabilizar a inflação de 2023, cuja teto é de 4,75%, e que já começa a mirar o ano de 2024. "O Copom entende que essa decisão reflete a incerteza ao redor de seus cenários e um balanço de riscos com variância ainda maior do que a usual para a inflação prospectiva, e é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2023 e, em grau menor, o de 2024", afirma o comunicado.
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