Uma das caminhonetes utilizadas pelos criminosos que atacaram um carro-forte da Protege na Rodovia Cândido Portinari (SP-334) na segunda-feira (9) tinha munição capaz de derrubar helicópteros e contava com um equipamento de contenção de visualização aérea.
Além disso, o compartimento tinha uma abertura no teto para que os suspeitos pudessem atirar de dentro do veículo para fora.
Eles estavam em posse de armamentos de guerra, como metralhadoras e fuzis, de acordo com o delegado Claudinei Nicotari, que investiga o caso.
"A adaptação desse veículo visava justamente a contenção da visualização aérea, seja pelo Pelicano seja pelo Águia. No veículo adaptado, na Hilux, foi possível encontrar também diversas munições de .50, a indicar que, de fato, esse veículo era utilizado para contenção de eventual ação policial e também utilizava-se dentro dele uma .50, que nós acreditamos que ela conseguiu ser retirada desse veículo ao tempo do combate e colocada no veículo que ofereceu resgate.
Para se ter uma ideia, uma das armas utilizadas, uma metralhadora .50, é capaz de 'rasgar' a blindagem de carros oficiais e particulares, como explica o delegado.
A ação quase cinematográfica teve a participação de pelo menos 16 criminosos e aconteceu por volta das 19h de segunda-feira, na altura do km 384 da Rodovia Candido Portinari (SP-334), que liga Batatais (SP) a Restinga (SP).
A Protege não divulgou a quantia que o veículo transportava, mas informou que os suspeitos não conseguiram levar nada, uma vez que o dinheiro pegou fogo quando eles tentaram abrir o cofre utilizando explosivos.
Os criminosos foram perseguidos em pelo menos três rodovias que cortam a região. Houve troca de tiros e cinco pessoas ficaram feridas: três funcionários da empresa de valores, um policial do Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) e um funcionário de uma usina a bordo de uma caminhonete que passava por uma estrada no mesmo momento da fuga dos suspeitos.
A caminhonete utilizada por eles foi atingida por disparos e incendiada. O veículo foi abandonado na Rodovia Abrão (SP-333).
Os bandidos deixaram para trás um arsenal de cartuchos de bala. Quatro revólveres calibre 38, duas espingardas calibre 12 e três carregadores, armas dos vigilantes da Protege, também foram encontrados e apreendidos pela polícia, já queimados.
De acordo com o boletim de ocorrência, no local da abordagem ao carro-forte, na altura do km 384 da Rodovia Candido Portinari, também foram encontradas dezenas de estojos de munições calibre .50, e calibres aparentando ser 5.56 e 7.62. A suspeita é de que a munição era de uso dos criminosos.
O suspeito detido em Valinhos é a primeira pessoa investigada por envolvimento no crime.
Ele deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade na terça-feira e um médico acionou a Polícia Militar após desconfiar da versão do paciente, de que o ferimento no pé dele foi causado por um acidente de trabalho.
Nesta quarta-feira, após alta, ele foi encaminhado para Franca, onde foi preso em cumprimento a um mandado de prisão temporária expedido pela Justiça.