Não podemos negar que o trabalho influencia nosso estado de ânimo, uma vez que passamos a maior parte do tempo mergulhados nele. Essa influência pode ser positiva ou negativa e vai depender basicamente das responsabilidades que temos sobre o trabalho e do equilíbrio entre vida profissional e pessoal.

O fato é que estamos mergulhados em uma cultura de consumo, com um mercado voltado à competitividade, com demandas cada vez mais exigentes. Assim, não é incomum situações de tensão, acúmulo de responsabilidades, prazos apertados, ambientes estressantes que leva a conflitos interpessoais. O resultado disso pode trazer problemas que afetam a nossa saúde mental. Um deles é a ansiedade.

No trabalho, a ansiedade tornou-se uma realidade com a qual muitos precisam enfrentar. E não é fácil lidar com seus sintomas que podem se manifestar de diversas formas, desde preocupações persistentes, pensamentos negativos, em sua maioria imaginários, até sintomas físicos como dores de cabeça, insônia e problemas digestivos.

A ansiedade faz parte da nossa vivência, pois ela é uma reação natural do nosso organismo, acionada quando estamos diante de algo que nos desafia ou nos ameaça. Desde que bem manejada, funciona como um combustível. Porém, quando tal mecanismo é frequente e intenso, ultrapassando os limites do equilíbrio físico e mental, pode gerar patologias que prejudicam nossa qualidade de vida

Há características de personalidade que são mais geradoras de ansiedade. Como exemplo, colaboradores com alto grau de exigência, que se preocupam com detalhes para que tudo saia perfeito, com limites irrealistas, gastam um tempo maior que o necessário, causando atrasos, piorando os sintomas de ansiedade. Outro exemplo são as crenças relacionadas as figuras de autoridade e o sentimento de que não podem falhar e que levam a reações inadequadas pelo medo da crítica. Ou ainda, a insegurança com relação ao próprio desempenho e o receio de não dar conta das tarefas.

Claro que estes são apenas alguns casos, pois quando falamos sobre ansiedade, principalmente no trabalho, o assunto é extenso, uma vez que envolve uma análise sob vários ângulos, incluindo o papel da organização para a promoção de um ambiente mais saudável.

Vale ressaltar que a visão que temos sobre nós mesmos e sobre o mundo determina o que sentimentos e como reagimos. Além do tratamento medicamentoso, a psicoterapia é imprescindível para refletir sobre pensamentos e crenças disfuncionais acerca de si, do trabalho e das próprias habilidades. Assim, é preciso conscientizarmos que as falhas irão ocorrer, pois é parte do aprendizado do nosso ser/estar no mundo, e isto deve ser visto como forma de nos aprimorar e não de aprisionar. Créditos: Joselene L. Alvim- Psicóloga

Fonte: G1